Machu Picchu (Peru) – Preservando o que é sagrado

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Machu Picchu é uma antiga cidadela Inca localizada no topo de uma montanha no Peru a cerca de 2.400 metros de altitude. É um dos lugares mais incríveis que já tive o privilégio de visitar. Uma cidade sagrada que buscou de todas as alternativas possíveis para se preservar.

Resistente

Quando os Incas estavam construindo a cidade eles tiveram que enfrentar alguns desafios. A localização, no topo da montanha com um difícil acesso, já dava uma ideia de como seria complexa e trabalhosa sua construção. Eles não tinham ainda acesso à roda e nem utilizavam animais de carga, logo, todas as pedras foram carregadas por eles próprios, que eram bem pequenos (homens em média 1,55m e mulheres 1,25m).

Toda a construção é feita de pedras meticulosamente cortadas e encaixadas, sem nenhum tipo de “argamassa” para mantê-las unidas, ou seja, é uma cidade toda construída de pedras empilhadas.

Foto: Arquivo Pessoal

E o que torna ela mais incrível é sua engenharia. A forma como as pedras foram encaixadas e empilhadas, com uma leve inclinação e formatos de trapézio, tornam a construção resistente a terremotos, e o que garantiu que ela se mantivesse em ótimas condições de preservação até hoje. Uma forma de construção que deixou até mesmo os europeus fascinados.

 

Escondida

Quando os espanhóis chegaram na região eles destruíram todas as cidades Incas por onde passavam. Eles matavam as mulheres e as crianças e escravizavam os homens. Roubavam tudo o que tinha de valor e destruíam aquilo que não tinham interesse.

Foto: Arquivo Pessoal

Os espanhóis nunca encontraram Machu Picchu pois ela estava numa localização que era impossível de ser vista de terra. Além disto, as trilhas que lavavam até a cidade eram escondidas e de difícil acesso. Algumas partes da trilha como pequenas pontes eram removidas e escondidas sobre folhas e gravetos.

A mais importante cidade dos Incas era também a mais escondida, e foi justamente por isto que ela ficou preservada até hoje.

 

Abandonada

Não se sabe exatamente os reais motivos pelo qual a população de Machu Picchu abandonou a cidade, mas acredita-se que eles temiam que os espanhóis chegassem até ela e, justamente para preservá-la, decidiram sair, destruir todas as trilhas que chegassem até ela e levarem consigo qualquer objeto de valor que pudesse motivar os espanhóis a irem até a cidade caso a descobrissem.

Foto: Arquivo Pessoal

De fato, se tivessem permanecido na cidade bem possivelmente os espanhóis iriam descobrir que existia ainda um grupo remanescente e que vivia na principal cidade Inca, o que certamente motivaria eles à irem até lá para buscarem por ouro e acabariam por destruir a mais sagrada das cidades Inca.

Os Incas demonstraram ter realmente muito cuidado com sua cidade sagrada e se empenharam muito para preservá-la. A construíram resistente à terremotos, a fizeram escondida e de difícil acesso e, principalmente, quando viram que sua própria presença poderia comprometer a integridade da cidade, resolveram por abandoná-la para preservá-la.

Depois que os Incas abandonaram Machu Picchu, ela ficou “perdida” por mais de 400 anos e apenas em 1911 ela foi redescoberta e estava incrivelmente preservada, o que demonstrou que todo o esforço do povo Inca em preservar a sua cidade sagrada teve sucesso.

Quando nós nos tornamos um risco para aquilo que amamos, talvez a melhor forma de preservá-lo é abandonando-o. Uma façanha para poucos, afinal, a linha que separa o amor da possessão é muito tênue.

Foto: Arquivo Pessoal

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