Eu agradeço meus pais pela liberdade! Não me lembro de meus pais me proibindo de algo, dizendo os tradicionais “eu mando e você obedece” ou “eu não permito isto ou aquilo”. Lembro que quando eu estava inclinado a fazer algo que eles não aprovaram, eles me convenciam de que aquilo não era o melhor para mim, mas eu sei que se eu insistisse muito, eles deixariam. Mas eu não insistia, pois eu entendia as consequências e os resultados das escolhas. Era muito comum eu ouvir algo como “você já sabe no que isto dá, então, cabe a você escolher se vai fazer ou não”.
Eu agradeço meus pais pelo exemplo! Não me lembro de algo que eles dissessem que eu não deveria fazer mas eles faziam. Aliás, muitas coisas importantes para a minha formação eu aprendi com o exemplo deles, e não com discursos. As mãos podem ensinar muito mais do que a boca.
Eu agradeço meus pais pelo respeito! Não me lembro de ver meus pais se tratando com desrespeito, gritando, levantando a voz um com o outro, trocando ofensas e afins. E eles também tratavam os filhos com respeito. Hoje não consigo me imaginar fazendo qualquer coisa que possa ser desrespeitosa com meus pais ou com qualquer pessoa com quem eu me relacione, e isto é um valor que eu prezo.
Eu agradeço meus pais pelos valores! Não me lembro de nada desonesto, incorreto, desleal ou fraudulento em minha casa. E não apenas no que diz respeito aos valores éticos, mas também no tocante aos valores morais e espirituais. Embora fosse um lar dividido em religiões, o respeito sempre existiu e os valores sempre foram únicos, e foram bem inseridos em nossa educação, e estão presentes até hoje.
Eu agradeço meus pais pela entrega! Não me lembro de meus pais relaxarem, ou não se dedicarem para algo pelos filhos. Sempre houve muita entrega, muito trabalho, dedicação. Aprendi que o que temos e o que somos é resultado de nosso trabalho, de nossa entrega, de nossa dedicação, e que aquilo que conquistamos com o nosso suor tem um gosto especial. Hoje se eu quero algo eu não espero de políticos ou acho que alguém tem obrigação de me dar, mas sim luto para conquistar.
Eu agradeço meus pais pelas palmadas! Delas eu me lembro, e lembro direitinho. Elas marcaram nas minhas pernas, nas minhas costas e no meu bumbum. Mas principalmente elas marcaram na minha vida. Pelas palmadas eu aprendi que a vida bate, que a vida pode sim ser violenta. Que nossas atitudes geram resultados que nos marcam em definitivo. E eu agradeço de verdade por aquelas marcas que sumiram em questão de minutos, pois elas evitaram que eu tivesse hoje marcas que ficassem para toda uma vida.
Eu sei que cada palmada que doía em mim, doía muito mais neles. Em muitas ocasiões minha mãe me batia chorando, pois ela estava odiando fazer aquilo, mas ela não escolhia o que era confortável para ela nem para mim, ela escolhia me ver um homem descente, de valores e que a dor da cinta evitasse em mim dores maiores na vida.
Cada lar tem suas bases, seus valores. Cada pessoa tem sua bagagem de vida, sua forma como aprendeu a ser um cidadão de bem, e eu acredito que cada pai tem o direito de escolher como vai educar seus filhos. Meus pais não foram perfeitos, no entanto, qual lar é perfeito? Qual educação é perfeita? Sempre uma educação irá priorizar algo e acabará talvez sendo deficiente em outra coisa. E eu sou grato pelo que eles escolheram priorizar, e não acho que poderia ter sido melhor.
A liberdade, o exemplo, o respeito, os valores, a entrega e a palmada como forma prática de ensinar consequências, foram fundamentais para a formação deste indivíduo aqui, e tenho muito orgulho do que meus pais fizeram por mim e de suas escolhas e métodos neste árduo trabalho que é educar.
Obrigado meus pais 🙂
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